Translate

terça-feira, 28 de abril de 2020

Não pode ser uma Ode. (ainda)

Há muito que não sinto o vento que vem do meu oriente.  

Na verdade é  mais que vento: é luz.


Protocletos, a coragem, aquele da mesma casa do portador da chave.


Difficile est ad cor meum ouvir o silêncio sepulcral.


Tantum in imagine videre memoriae com tanto zelo guardada.


Acredito que como me foi dito um sorriso pode alegrar uma multidão em volta, mas...


De que adianta o grito miserável


Se ouvidos e olhos ouvem e veem o mundo e não escutam ou olham para o que por duas, quiçá três vezes tem por padroeiro aquele que repousa eternamente em Campos de Estrelas?


Por isto não pode ser uma ode e de fato, ainda, não é.


Temer por qual razão?


Não sei eu que ela é libertadora?


Não sei eu que ela me livrará?


Quando a angústia foi maior que meu suporte


Não sei eu que


O meu socorro dela virá?


Não sei eu que


Lá no “grande breu”


Não haverá mais ouvidos ou olhos


Nada mais poderá ser professado?


Eu não mais poderei dizer

Mesmo que queiras ouvir

O quanto és TUDO aquilo que já te disse.

Então como ouvir sua doce voz?

Como me alegrar com teus encantos?


Temer aquilo que é certo e que nunca falhará


Aquilo que uma vez por todas findará.


Não há oração


Não há petição


Que impeça a anóxia final


Que pela ausência, hoje, já é um sinal.


Talvez eu volte outra vez


Não sei se saberei


Não sei se saberás


Quem serei eu?


Quem tu serás?


Desta vez estamos aqui


Amanhã estaremos onde?


Tanto eu andei para chegar aqui


E quando nós nos encontrarmos por aí


Por certo eu direi:


Valeu a caminhada: Eu vivi.

Nenhum comentário: