Translate

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O DEVER opondo-se sobre o DIREITO


Em uma empresa onde as cotas são iguais mas um dos sócios é tido como minoritário independente do esforço que fez ou faz para manter a atividade lucrativa, só pode ser entendida, esta situação, como o desejo forçado da saída deste partícipe. Clareando as ideias: quando no balanço pouco ou nada se demonstra do quanto este sócio representa no ativo, e no passivo demonstra-se o que lhes convêm, omitindo ou silenciando-se sobre aquilo que não se quer mostrar, ou que se deseja manter nas penumbras. Impondo sanções a um levantamento acurado, esta empresa tende ao fracasso.
Em qualquer lugar do planeta uma pessoa que é silenciada, resta à ela deduzir.
Deduções levam ao equívoco várias vezes. A conta não fecha, reinicia-se o processo indefinidamente. 
Não há balancetes para consultar, há sim uma gravação em alguma memória, mas não há acessos, e sabe-se quando obtém a mínima informação que esta memória é volátil, transmutada, reformulada no intuito claro de desvirtuar a linha de deduções.
A pessoa por melhor que sejam suas intenções, amargura-se e posiciona-se sempre acuado em suas próprias conclusões que sabe ela não ser o que quer, mas é impossível que tenha outra reação, subjugado, subestimado, desiste de sonhar, ou melhor, até sonha mas não tem forças para realizar, para investir.
O mundo torna-se sombrio e cinzento.
Tanto faz o porvir.
Rema o barco sem esperança ou segurança.
A minha dica pessoal é que nunca cerceiem o direito de ouvir, o de falar, porque quem é silenciado tem só perguntas caladas que o destrói, e respostas que nunca ouvirão. 
Talvez a morte dos ideais, dos sonhos já em execução sejam a resposta definitiva.
Nunca imponha regras para emudecer. É um direito sacro o falar e o ouvir aquilo que é nossa obrigação.
Melhor dizendo: há pessoas que impõem sob júdice proteção de sua obrigação, cerceando o direito alheio.
Uma sociedade regida sob esta égide, faz indubitavelmente sua própria falência.
Mas isto já é institucional, diante das cortes, nem ao juiz ou aos interrogadores se responde mais nada, é um tal de evocar a Constituição Federal, "habeas corpus", "habeas data" e em breve teremos até o "habea de cujus".
E cabe à sociedade em geral o custo e o sofrimento pelo silêncio dos culpados sentindo o sofrimento dos inocentes.
Habemos Deo
Laus Deo sursum corda et amen!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Do VIVER e do EXISTIR


Antes de começar este texto quero lembrar a todos que as palavras que aqui escrevo são as minhas verdades e por que não também meus erros? Não tentem segui-las porque não sou um missionário, um evangelizador, um padre ou pastor. Fiquei preocupado ao saber que alguns estão levando ao pé da letra o que está aqui postado, fazendo destas, palavras fortes. Leiam, reflitam e tirem vocês mesmos seus conceitos. Mas não as siga como o Caminho. Porque tudo isto não passa “Dos Erros e das Verdades” --- um texto ainda não publicado, deste escriba. Coloquei entre aspas vez que Dos Erros e Da Verdade é um livro de Louis-Claude de Saint-Martin. Título bem parecido, mas longe, muito longe da capacidade deste que agora escreve e a de Saint-Martin.
Caminhemos
VIVER e EXISTIR. Duas situações distintas.
Muitos EXISTEM poucos VIVEM.
A existência ocorre porque o indivíduo nasceu. Não é uma opção, ele apenas nasceu. VIVER, já é uma situação onde o mesmo indivíduo optou pela vida, pela passagem neste plano em plenitude.
Os que EXISTEM não deixam nada de bom registrado, talvez em um cartório de registro civil, mas para o complemento da Obra em nada foi significante. Em nada contribuiu para a evolução da humanidade, seja em que ângulo esteja eu querendo dizer: Material ou espiritual.
Já os que optam por VIVER, deixam registrado não suas pegadas na areia, deixam algo de concreto, fez parte da evolução seja ela científica, material ou espiritual. Não fazem pilastras de areias, fazem-nas de concreto usinado. São os chamados de monstros, intolerantes, desalmados por aqueles que EXISTEM. Porque os que EXISTEM não conseguem conceber que a execução de uma obra exige muito mais que passar despercebido pelo planeta. E as obras dos que VIVEM são eternas.
Quem de vocês já não observou tais fatos? Os que VIVEM são sempre invejados, alvo de críticas e tantas outras coisas que só os que EXISTEM têm tempo para praticar, já que os que VIVEM estão ocupados construindo um mundo melhor. É mais ou menos como o caso do indivíduo que ao invés de segurar a escada por onde o seu semelhante galgou degrau por degrau, ou então começar também a galgá-la, tenta derrubar, desestabilizar. Mas é típico dos que VIVEM resistir a tudo isto. Por isto é tão difícil VIVER, é muito mais fácil EXISTIR apenas, indo para o vento sopra ou estabelecer-se onde a maré os deixar, que é o contrário dos que VIVEM.
O mais importante disto é que os que VIVEM, VIVEM para os outros também, e os que EXISTEM apenas EXISTEM como urubus que aguardam pela morte, porque este é o alimento deles, sem, no entanto deixar de destilar sua dose horária de cicuta. Veneno este que eles mesmos sorvem.
Os que EXISTEM são infelizes em sua falsa felicidade, os que VIVEM são felizes em suas verdadeiras provas e dificuldades. Eis aí a grande diferença.
Os que VIVEM, levantam-se pela manhã e agradecem a Deus por mais um dia de esforço e labuta dura, e ao se deitarem agradecem por mais este dia.
Os que EXISTEM, levantam-se lamentando o porquê da cama não ser mais macia. Mas nada fazem para mudar.
Pensem então agora: Você VIVE ou EXISTE?
O mundo seria muito melhor se restassem apenas aqueles que venceram a morte. A morte diária a que são submetidos e renascem todos os dias mais fortes.

Que Deus em Sua imensa e inesgotável misericórdia nos faça ver a Luz, a Verdadeira Luz.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Amor Liquido

Duvido que leiam até o fim, uma das características dos tempos modernos é a iconografia e a preguiça da leitura.
Sobre este assunto já tenho dito e escrito, bem como meu amigo Elso Pini.
Claro que pelo menos eu estou a anos luz do Bauman, mas os pensamentos não são discordantes.
Ainda há alguns que pensam e quando estes se calarem restará o caos ético e moral.
O meu amigo Elso, hoje postou algo que merece reflexão.
Abaixo o que diz Bauman;
Estamos cada vez mais aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, tudo para disfarçar o antigo medo da solidão. O contato via rede social tomou o lugar de boa parte das pessoas, cuja marca principal é a ausência de comprometimento. Este texto tem como base a ideia de líquido, característica presente nas relações humanas atuais, inspirado na obra "Amor Líquido" - sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman. As relações se misturam e condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Em um mundo cada vez mais dinâmico, fluido e veloz, seja real ou virtual.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é um dos intelectuais mais respeitados da atualidade. Aos 87 anos seus livros publicados venderam mais de 200 mil cópias. Um resultado e tanto para um teórico. Entre eles “Amor liquido” é talvez o livro mais popular de Bauman no Brasil. É neste livro que o autor expõe sua análise de maneira mais simples e próxima do cotidiano, analisando as relações amorosas e algumas particularidades da “modernidade liquida”. Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar, tampouco sólido. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água.
Ele tenta nos mostrar nossa dificuldade de comunicação afetiva. Todos querem relacionar-se, mas chega na hora, não conseguem. Seja por medo ou insegurança. Bauman cita como exemplo um vaso de cristal, na primeira queda, quebra. As relações terminam tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas.
É um mundo de incertezas. E cada um por si. Temos relacionamentos instáveis, pois as relações humanas estão cada vez mais flexíveis. Acostumados com o mundo virtual, e com a facilidade de se “desconectar” as pessoas não conseguem manter um relacionamento de longo prazo. É um amor criado pela sociedade atual (modernidade líquida) para tirar-lhes a responsabilidade de relacionamentos sérios e duradouros. Pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, caso haja defeito, descarta-se ou até mesmo troca-se por versões mais atualizadas.
O romantismo do amor parece estar fora de moda. O amor de verdade foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas, na qual se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de estar amando, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas nem sabem direito seu real significado.
Ainda para tentar explicar a relações amorosas em “Amor Líquido”, Zygmunt Bauman fala da “ Afinidade e Parentesco.” O parentesco seria o laço irredutível e inquebrável é aquilo que não nos dá escolha
A afinidade é, ao contrário do parentesco, voluntária. A afinidade é escolhida. Porém, e isso é importante, o objetivo da afinidade é ser como o parentesco. Entretanto, vivendo em uma sociedade de total “descartabilidade” até as afinidades estão se tornando raras.
Bauman fala também sobre o amor próprio. Afirma que as pessoas precisam se sentir amadas, ouvidas, amparadas ou que sintam sua falta. Segundo ele ser digno de amor é algo que só o outro pode nos classificar, o que fazemos é aceitar essa classificação. Mas com tantas incertezas, relações sem forma, líquidas, na qual o amor nos é negado como teremos amor próprio? Os amores e as relações humanas de hoje são todos muito instáveis. E assim não temos certeza do que esperar. Relacionar-se é caminhar na neblina, sem a certeza de nada. É uma descrição poética da situação.
"Para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis [...] um é segurança e o outro é liberdade, você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. [...] Cada vez que você tem mais segurança você entrega um pouco da sua liberdade. Cada vez que você tem mais liberdade você entrega parte da segurança. Então, você ganha algo e você perde algo". Bauman
Estamos cada vez mais aparelhados com iPhones, tablets, notebooks, tudo para disfarçar o antigo medo da solidão. O contato via rede social tomou o lugar de...
LOUNGE.OBVIOUSMAG.ORG

Utopia


Preciso entender que vivo em um mundo utópico. Não vivo no meu tempo. Este tempo não existe, talvez já tenha existido ou nunca venha a existir. As pessoas vivem em seu mundo individual e fazem dele toda a verdade, as suas verdades, e creem que nada ao redor as influencia ou é influenciado por elas.
Este será o fim da humanidade.
Graças a Deus.
Já falei mais
Hoje procuro mais o silêncio.
Sempre fui mais introvertido que extrovertido
Conversas só as interessantes.
Não entro em contendas,
Não por ser covarde, mas porque a sabedoria é maior que a força.
E sei que como disse Sun Tzu
O silêncio confunde o inimigo.
Quando seu inimigo estiver quieto, tome cuidado.
Isto não significa que ele está morto, está se reagrupando e
Quando bate em retirada não perdeu a batalha, pode estar vencendo a guerra.
Se me ofertares verdades amargas em um vasilhame qualquer, mesmo o mais simples dos vasilhames quebrado e com as bordas que possam ferir minha boca, eu o sorverei. Sentirei o amargor, mas em minha garganta será doce. Enchê-lo-ei com favos de mel e te devolverei.
Mas se me ofertares doces mentiras ou omissões mesmo que em um cálice de ouro cravejado de diademas, eu o entornarei sobre sua cabeça, enchê-lo-ei com cicuta e te devolverei.
Porque mentiras não são perdoáveis e aquele que "nada sabe" nada pode perdoar.
Quem vive fugindo, um dia com certeza, entra em uma rua sem saída. E daí? Não há fugas, não há escape.
De tudo o que tenho, a única coisa que posso oferecer e que não acabará jamais é meu amor. Mesmo com pedras sobre pedras.
Quando você orar para Deus e achar que Ele não escutou porque não respondeu, saiba que Ele está trabalhando para te dar a melhor resposta ou o melhor atendimento para você
Acho que tudo em que acredito morreu. Mas não mudarei meus conceitos. Quero permanecer com um coração leve e a alma pura. Quem quiser que me siga, ou eu vou só.

Fragmentos

ELIas, escrito em 25/07/2012 as 14:26

Zé Ruela

Guardadas as devidas proporções, respeitando a posição de cada um, mas mudando alguns aspectos, já que a personagem não era lâmina de barbear e em havendo muito "zé ruela" por aí, certo estava o Costinha no filme: Costinha em 3 atos e 1/2.
Há muito tempo, sempre que podia, eu via um programa que tinha um quadro "Senta que lá vem história". Hoje os valores são outros...
Melhor que montes, por mais interessantes que sejam, o momento é de altiplanos limpos e com rotas de acesso. Porque os montes cairão e os vales se encherão com seus escombros.
Quem compartilha sua Luz, não fica nas trevas. Pense nisto!!!
Algumas publicações no face com as quais não concordo:
"Viva o hoje como se não houvesse amanhã." Isto me parece viver sem responsabilidades, se for no sentido de não se preocupar com o amanhã, também não cabe porque se você não projetar seu amanhã com certeza não será como você pensaria, se pensasse.
E tem aquela do "passado, presente e futuro" qualquer alusão a isto. Discordo porque sem passado,
 você não é o seu presente, e o teu presente te fará o teu futuro.
Tem ainda a do esquecer o passado, "que isto ficou para trás etc.", o equívoco aqui é que se você esquecer o passado, dele nada aprendeu, o que foi ruim cometerá novamente e o que foi bom não aperfeiçoará. Não existe passado, presente ou futuro, tudo é tempo e tudo é presente ou passado ou futuro.

Se não perguntar-me não te darei respostas, se perguntei e não me respondestes, ainda estou esperando. Sem perguntas e sem respostas nada será claro, nem mesmo se eu fosse da cidade dos gênios. Porque há um murinho aí. E o dedo de Deus não age quando você pode agir.

Uma vez abriram a caixa de Pandora, tudo saiu e danou o mundo, menos a esperança que nela permanece.
Uma coisa é certa, quando vc mais precisa de ajuda, estar em paz e querendo encontrar Deus, mais o tinhoso te atormenta. Se ele, o tinhoso, quer te derrotar, Deus enviará anjos para te proteger e consolar. Deus é comigo, sempre foi.

A estupidez humana está na espécie. É inerente e intrínseca, só um Grande Poder pode auxiliar.

ELIas, escrito em 17/09/2012 as 23:05

Escrevendo novamente sobre emoções


Estive pensando estes dias e não consegui achar nenhuma forma de EMOÇÃO saudável.
Vejo a EMOÇÃO como um arcabouço que abarca todas as fragilidades humanas. Deus criou o mundo com RAZÃO, e em seguida “Caim por emoção matou Abel”,  pronto estava a aberta a porteira da desgraça.
A razão sempre determina que as ações devam observar o cubo, ou seja: do zênite ao nadir, de horizonte a horizonte em 360º, de leste a oeste e de norte a sul. Portanto é uma cubagem de tudo que pode ser afetado, como será afetado e qual será o resultado disto. O racional sempre sabe quais serão as reações que advirão de sua ação.
A emoção ao contrário, age no instante, age no momento e não se preocupa com o resultado final da ação. É metaforicamente como uma bola de futebol que chutada de qualquer maneira em um campo irregular e molhado, que quica em um obstáculo, resvala em um poça e afunda em um canto lamacento. Rola para o abismo sem se preocupar com o antes e o depois. O resultado disto? Isto é fácil, eles sempre acham um culpado ou um motivo para os resultados de suas atitudes emocionais. Estão sempre certos.
Quem comete um ato com razão preocupa-se com os que o cerca e consigo mesmo, os atos emocionais não se preocupa nem com ele mesmo, o praticante.
A razão nem sempre busca resultados imediatos, a emoção sempre tem este objetivo.
Acredito que os dominados pela emoção, sofrem de uma síndrome comportamental de cognição e assim sendo, merecem tratamento.
O racional aprende com observações de tudo que vê, lê, escuta ou sente, o emocional tendo olhos não enxerga, lê mas não compreende, tem ouvidos mas não ouve, sente mas não se sensibiliza.  Busca as sensações imediatistas o prazer que dói em si e nos outros, o sabor doce (para eles) da vingança, ira, ódio etc. Nada disto é atitude do racional.
Separo muito bem aquilo que parecem emoções mas são resultados de uma atitude racional.
Vejamos: O amor é racional, todas as formas, porque considera o que ama; a alegria de uma formatura  é o resultado de um ato racional. Ah o choro, este é um exemplo espetacular:  Há os que choram pela razão de não ver ou ouvir uma pessoa que parte, e os choros histéricos dos emocionais que expõe com este ato mais atos emocionais cometidos anteriormente, quais sejam: remorsos, desprezo, abandono, traições, mentiras etc.
Quando nascemos recebemos um livro em branco e nele escrevemos nossas páginas diariamente, o racional prevê o final e pode muda-la para melhor. O emocional, mesmo se tiver  um átimo de visão não reescreve , revolta-se com o mundo que ele mesmo criou e no final o culpado é o mundo. Id dominante.

Bom, chega por agora, isto não é um tratado, é um ponto de vista. Os racionais pensarão mais nisto os emocionais certamente ficarão irados.

ELIas, escrito em 31/10/.2012 as 02:20

terça-feira, 2 de setembro de 2014

O mestre partiu

O  mestre partiu.
Agora ele andava a deriva beirando o imenso abismo. Sabia que quanto mais ele olhava para o abismo mais o abismo olhava para ele. Começou a sentir-se fraco. Cadê o mestre? Por mais que chamasse não era atendido. O mestre havia avisado, mas ele fora confundido.
Já não sabia onde havia se perdido, talvez nos Grandes Sertões ou nas Veredas Tropicais, ou simplesmente nos Sertões, ou quem sabe na Vida e Morte Severina. Onde quer que tivesse sido carregava a caixa de Pandora, e queria abri-la, sabia que uma vez aberta nada poderia fecha-la, mas também sabia que de tudo o que saísse de lá restaria apenas uma coisa: a esperança. Mas e a chave? Coragem tinha, não tinha a chave, até porque o que mais queria era somente a esperança.
Ao inferno fora varias vezes e voltava de  lá sempre bem. É claro que o mestre sempre estava nos  sombrios portais.
O abismo por  ali e ele o rodeava.
Achou tantas pedras* e queria saber a cronologia delas, não havia como. Algumas ele soube que eram do jurássico lá na mesozoica outras do cretáceo, era visível os resíduos destas eras. Difícil mesmo era saber como se formaram. Outras mais modernas eram encobertas por solo já antropomórfico, difícil saber.
Sentiu-se um kimberlito na forma mais clássica. Ouvira falar por ai coisas que o fazia crer nisto. Nunca e redundando, jamais, ouvira nada a respeito dele, da maneira como se falaram por ai.

Começou a olhar para o abismo e pensou longamente a se integrar à ele. Afinal era só um objeto descartável.

* Engenheiros Agrônomos não escrevem pedras, escrevem rochas, mas eu sou Engenheiro Agrônomo, o personagem não, e o sentido é mesmo pedras.

Amigos um texto antigo que publico agora.

ELIas, 2 de setembro de 2014
https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fbatiburrillo.redliberal.com%2FAbismo.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fbatiburrillo.redliberal.com%2F013037.html&docid=35A9R0ouVh__5M&tbnid=d7VA5b6oIWCpmM%3A&w=525&h=580&ei=N3kGVKSCLcvJgwSeq4CgCw&ved=0CAIQxiAwAA&iact=c

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Uma lembrança

Tempos que foram
Quando te conheci, já tinhas 20 anos,
e sempre em flores amarelas ou rosadas me recebias
mostrando que poderia me alegrar e que a vida é sempre bela e contínua.
Por tanto tempo cuidei de você,
reguei, adubei,
podei teus ramos
e galhos secos
fiz de ti árvore frondosa
e sob sua sombra e alegria que demonstrava
sempre me encantastes.
O tempo foi passando,
e eu te cuidando.
Era sempre uma alegria chegar e te ver,
aliás a primeira vista que eu buscava era você.
Nesta semana que findou fui
e te vi.
Estavas ressequida
e morta minha velha árvore algodoeira,
mas mesmo assim deixastes ainda teu tronco e ramos secos
e numa despedida final
servistes ainda como lenha para um churrasco.
Adeus meu velho pé de algodão perene.
Agora só restam seus filhos
para alegrar meus dias
e fotos de você toda florida

árvore frondosa.



ELIas, escrito em 05/2011

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A cega que não viu

Não me lembro onde, mas não faz tanto tempo que li esta estória e como serve para uma reflexão, resolvi postar.
Em um lugar qualquer havia uma moça cega e que só voltaria a enxergar novamente com um transplante de córnea. Um jovem se apaixona por ela e nas conversas que todos namorados tem, comentava que sempre quis ver a luz, as flores, os pássaros e tudo o mais que quem tem visão pode ter.
O rapaz a pediu em casamento e ela respondeu que se tivesse visão aceitaria. A vida dela se resumia em tatear pela escuridão para encontrar alguma coisa, algum sentido na vida.
O rapaz chega um dia com a boa notícia do transplante.
Feito e tendo sido um sucesso chega o grande momento para que ela pudesse ver.
O rapaz lentamente vai tirando os curativos e devagar ela vai começando a ver as coisas.
Ele então faz o pedido de casamento novamente --- ela fita bem seu rosto e diz não. E ele por que? Porque você é cego.
------------
A alegria é fugaz e como disse Augusto Cury, a verdade é um fim inatingível.
Os conformados aceitam esta afirmação, os inconformados --- aqueles que mudam o mundo --- não aceitam.


ELias, abril de 2014

terça-feira, 1 de abril de 2014

Da série o Mestre e o Discípulo - sei lá que parte é



(Tenho vários textos escritos sobre o tema, seria uma série em continuação, agora meio relaxado, vou postado como me vier à telha)

Ainda sobre o mestre e o discípulo 

Há muito tempo disse que o mestre e o discípulo estavam em algum lugar tentando compreender a alma humana, Agora eles voltam.
O discípulo indaga ao mestre:
--- Mestre, resumidamente, depois de tanto tempo estudando a alma humana o Mestre me resumiria este tempo todo que meditamos e estudamos?
Ao que o mestre respondeu:
--- Pistantrofobia.  Nunca use esta definição com ninguém; as pessoas que encontrar nunca serão iguais, não tenha esta fobia. Entregue-se, se novamente te ocorrer, lá na frente haverá alguém  que merecerá sua confiança; no entanto cuide-se com os “santos” que nada fizeram de errado, ou que acham que foi tudo uma bobagem --- estes estão arrumando um manto que creem cobrir  tudo o que fizeram --- e observe que sempre terão alguma razão ou motivos que não são deles a responsabilidade dos atos. Continuou: Acautele -se dos orgulhosos, o maldito orgulho os impedem  de ver e admitir que novos caminhos surgiram e arraigados na  ausência de humildade atacam qualquer um que queira demonstrar o óbvio. Cuidado com aqueles que não respondem  perguntas --- o silêncio só é arma mortal, que sim os sábios o usa para evitar discutir com tolos, nunca para uma resposta, o silêncio a uma pergunta é resposta de confirmação. Observe as reações --- as exacerbadas tem o único motivo de tirar o foco da pergunta --- se nada há, qualquer assunto poderá ser discutido com serenidade. Mesmo que obtusa, os transparentes sabem responder com brandura, os demais, ora os demais já responderam com a exacerbação, vez que nenhuma ferida sangra se a mesma não existir. E para finalizar por agora: Cuidado com as pessoas que te afastam dos amigos do passado, estes amigos são afastados porque conhecem muito das histórias do afastante e não permite que sejam amigos em comum para que nada lhe escape do controle. Mas isto, você meu caro discípulo já conhece. Vamos meditar.
Retiraram-se do sopé  e foram ao cume.

Amigos leitores este texto estava escrito desde o inicio do ano passado, mas por meus motivos havia parado com esta série. Hoje não ocorreu nenhum  momento ou motivo especial para publicá-lo, mas simplesmente resolvi dar continuidade as besteiras que aqui posto, é como o controle remoto da televisão, quem não gosta da programação que mude de canal.
Abraços




Amigos leitores este texto estava escrito desde o inicio do ano passado, mas por meus motivos havia parado com esta série. Hoje não ocorreu nenhum  momento ou motivo especial para publica-lo, mas simplesmente resolvi dar continuidade as besteiras que aqui posto, é como o controle remoto da televisão, quem não gosta da programação que mude de canal.
Abraços

ELIas, Jan de 2013, publicado em Hoje.

link da imagem:
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=brwP5gi-Nn1emM&tbnid=Hu0Gztuv80AxzM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.geralforum.com%2Fboard%2F45%2F520768%2Fpensamentos-sabios.html&ei=3EI6U-7qI-ql0gGg9YDwBw&bvm=bv.63934634,d.dmQ&psig=AFQjCNEBt-WrNJvSTNFNspFP9AfK9IFNpA&ust=1396413360923998

sexta-feira, 14 de março de 2014

O quarto Rei Mago



Uma história de Henry Van Dyke


O quarto Rei Mago



Vocês sabem a história dos três reis magos que viajaram do Oriente para Belém para adorar a Jesus e lhe ofertar as dádivas de ouro, incenso e mirra.

Vou-lhes contar a história do quarto rei mago que também viu a estrela e resolveu segui-la e do seu grande desejo de adorar o Rei Menino e lhe oferecer as suas prendas.

Ele morava nas montanhas da Pérsia e o seu nome era Artaban. Era um médico, alto, moreno, de olhos bem escuros: a fisionomia de um sonhador, a mente de um sábio. Um homem de coração manso e espírito indominável.

Era um homem de posses. A sua moradia era rodeada de jardins bem tratados com árvores de frutas e flores exóticas. Suas vestes eram de seda fina e o seu manto da mais pura lã. Era seguidor de Zoroastro e numa noite se reuniu em conselho com nove membros da mesma seita. Eram todos sábios!

Artaban lhes falou sobre a nova estrela que vira e o seu desejo de segui-la. Disse-lhes:

"- Como seguidores de Zoroastro aprendemos que os homens vão ver nos céus, em tempo apontado pelo Eterno, a luz de uma nova estrela e nesse dia, nascerá um grande profeta e Ele dará aos homens a vida eterna, incorruptível e imortal, e os mortos viverão outra vez! Ele será o Messias, o Rei de Israel.

E continuou:

"- Os meus três amigos Gaspar, Melchior, Baltazar e eu, vimos a grande luz brilhante de uma nova estrela á vários dias e vamos sair juntos para Jerusalém para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel. Vendi a minha casa e tudo o que possuo e comprei estas jóias: uma safira, um rubi e uma pérola para oferecer como tributo ao Rei. Convido-os para virem comigo nesta peregrinação para juntos adorarmos o rei!”

Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos:

"- Artaban! Isso é um sonho em vão. Nenhum rei vai nascer de Israel! Quem acredita nisso é um sonhador!"

E um a um, todos o deixaram.

"- Adeus amigo!"

Artaban pesquisando os céus viu de novo a estrela.

"- É o sinal!" Disse ele. "- O Rei vai chegar e eu vou encontrá-lo."

Artaban preparou o seu melhor cavalo, chamado Vasda, e de madrugada saiu ás pressas, pois, para encontrar no dia marcado com Gaspar, Melchior e Baltazar, que já estavam a caminho, ele precisava cavalgar noite e dia. Já estava escurecendo e ainda faltavam mais ou menos três horas de viagem para chegar ao sítio de encontro e ele precisava estar lá antes de meia noite ou os três magos não poderiam demorar mais à sua espera!

“- Mas, o que é isto?”

Na estrada, perto de umas palmeiras, o seu cavalo Vasda, pressentindo alguma coisa desconhecida, parou resfolegando, junto a um objeto escuro perto da última palmeira.

Artaban desmontou. A luz das estrelas revelou a forma de um homem caído na estrada. Um pobre hebreu entre os muitos que moravam por perto. A sua pele estava seca e amarela e o frio da morte já o envolvia. Artaban depois de examiná-lo, deu-o por morto e voltou-se com um coração triste pois nada podia fazer pelo pobre homem.

“- Mas o que foi isto?”

"- Que devo fazer? Se me demorar, os meus amigos procederão sem mim. Preciso seguir a estrela! Não posso perder a oportunidade de ver o Príncipe da Paz só para parar e dar um pouco de água a um pobre hebreu nas garras da morte!"

"- Deus da Verdade e da Pureza, dirige-me no teu caminho santo, o caminho da sabedoria que só tu conheces!"

E Artaban carregou o hebreu para a sombra de uma palmeira e tratou-o por muitos dias até que êle se recuperou.

"- Quem és tu?" perguntou ele ao mago.

"- Sou Artaban e vou a Jerusalém à procura daquele que vai nascer: O Príncipe da Paz e Salvador de todos os homens. Não posso me demorar mais, mas aqui está o restante do que tenho: pão, vinho, e ervas curativas."

O hebreu erguendo as mãos aos céus lhe disse:

"- Que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó o abençoe; nada tenho para lhe pagar, mas ouça-me: Os nossos profetas dizem que o Messias deve nascer, não em Jerusalém mas em Belém de Judá."

Assim, já era muito mais de meia noite e vários dias mais tarde quando Artaban montou de novo o seu cavalo Vasda e num galope rápido prosseguiu ao encontro de seus amigos.

Aos primeiros raios do sol, checou ao lugar do encontro. Mas... onde estavam os três magos? Artaban desmontou e ansioso, estudou todo o horizonte. Nem sinal da caravana de camelos dos seus amigos! Então entre uma pilha de pedras achou um pergaminho e a mensagem:

"- Não pudemos esperar mais, vamos ao encontro do Rei de Israel. Siga-nos através do deserto."

Artaban sentou-se e cobriu a cabeça em desespero!

"- Como posso atravessar o deserto sem ter o que comer e com um cavalo cansado? Tenho mesmo que regressar à Babilónia, vender a minha safira e comprar camelos e provisões para a viagem. Só Deus, o misericordioso, sabe se vou encontrar o Rei de Israel ou não, porque me demorei tanto ao mostrar caridade,"

Artaban continuou a via pelo deserto e finalmente chegou em Belém, levando o seu rubi e a sua pérola para oferecer ao Rei. Mas as ruas da pequena vila. pareciam desertas. Pela porta aberta de uma casinha pobre, Artaban ouviu a voz de uma mulher cantando suavemente. Entrou e encontrou uma jovem mãe acalentando o seu bebé.

Três dias passados Ela lhe falou sobre os três magos que estiveram na vila a que disseram terem sido guiados por uma estrela ao lugar onde José de Nazaré, sua esposa Maria, e o seu bebé Jesus estavam hospedados. Eles trouxeram prendas de ouro, incenso e mirra para o menino. Depois, desapareceram tão rapidamente quanto apareceram. E a família de Nazaré também saiu à noite, em segredo, talvez para o Egito.

O bebê nos seus braços olhou para o rosto de Artaban e sorriu estendendo os braçinhos para ele.

“Não poderia essa criança, ser o Príncipe Prometido? Mas não! Aquele que procuro já não está aqui e eu preciso encontrá-lo no Egito!”

A Jovem mãe colocou o bebê no leito e preparou um almoço para o estranho hospede que veio à sua casa. Subitamente, ouviu-se uma grande comoção nas ruas: gritos de dor, o chorar de mulheres, tocar de trombetas e o clamor:

"- Soldados! os soldados de Herodes estão matando as nossas crianças!"

A jovem mãe, branca de terror escondeu-se no canto mais escuro da casa, cobrindo o filho com o seu manto para que ele não acordasse e chorasse.

Mas Artaban colocou-se em frente à porta da casa impedindo a entrada dos soldados. Um capitão aproximou-se para afastá-lo. A face de Artaban estava calma como se estivesse observando as estrelas. Fitou o soldado um instante e lhe disse:

"- Estou sozinho aqui, esperando para dar esta jóia ao prudente capitão que vai me deixar em paz.”

E mostrou o rubi brilhando na palma da sua mão como uma grande gota de sangue.

Os olhos do capitão brilharam com o desejo de possuir tal jóia!

"- Marchem, Avante!" Gritou aos seus soldados. "- Não há criança aqui!"

E Artaban olhando os céus orou:

"- Deus da Verdade, perdoa o meu pecado! Eu disse uma coisa que não era, para salvar uma criança. E duas das minhas dádivas já se foram. Dei aos homens o que havia reservado para Deus. Poderei ainda ser digno de ver a face do Rei?"

E Artaban prosseguiu na sua procura entre as pirâmides do Egito, em Heliopólis, na nova Babilónia às margens do Nilo... Numa humilde casa em Alexandria, Artaban procurou o conselho de um velho rabi que lhe falou das profecias e do sofrimento do Messias prometido e receitado pelos homens.

"- E lembre-se, meu filho: o Rei que procuras não o vais encontrar num palácio ou entre os ricos e poderosos. Isto eu sei: os que O procuram devem fazê-lo entre os pobres e os humildes, os que sofrem e são oprimidos."

E Artaban passou por lugares onde a fome era grande. Fez a sua morada em cidades onde os doentes morriam na miséria. Visitou os oprimidos nas prisões subterrâneas, os escravos nos mercados de escravos...

Em toda a população de um mundo cheio de angústia ele não achou ninguém para adorar, mas muitos para ajudar! Ele alimentou os que tinham fome, cuidou dos doentes, e confortou os prisioneiros... E os anos passaram... 33 anos.

E os cabelos de Artaban já não eram pretos, eram brancos como a neve nas montanhas. Velho, cansado e pronto para morrer era ainda um peregrino à procura do Rei de Israel e agora em Jerusalém onde havia estado muitas vezes na esperança de achar a família de Belém.

Os filhos de Israel estavam agora na cidade santa para a festa da Páscoa do Senhor e havia uma agitação e excitamento singular. Vendo um grupo de pessoas da sua terra, Artaban lhes perguntou o que se passava e para onde o povo se dirigia.

"- Para o Gólgota!" lhe responderam, "- ...pois não ouviste? Dois ladrões vão ser crucificados e com eles, um homem chamado Jesus de Nazaré, que dizem, fez coisas maravilhosas entre o povo. Mas os sacerdotes exigiram a Sua morte, porque disse ser o Filho de Deus. Pilatos O condenou a ser crucificado porque disseram ser Ele o Rei dos Judeus.”

"Os caminhos de Deus são mais estranhos do que o pensamento dos homens," pensou Artaban. "Agora é o tempo de oferecer a minha pérola para livrar da morte o meu Rei!"

Ao seguir a multidão em direção ao portal de Damasco, um grupo de soldados apareceu arrastando uma jovem rapariga com vestes rasgadas e o rosto cheio de terror.

Ao ver o mago, a jovem reconheceu-o como da sua própria terra e libertando se dos guardas atirou-se aos pés de Artaban:

"- Tenha piedade!...”, ela implorou,..."e pelo Deus da pureza, salva-me! Meu pai era mercador na Pérsia mas faleceu e agora vão me vender como escrava para pagar seus débitos! Salva-me!"

Artaban tremeu. Era o velho conflito da sua alma entre a fé, a esperança e o impulso do amor. Duas vezes as dádivas consagradas foram dadas para a humanidade. E agora? Uma coisa ele sabia:

“- Salvar essa jovem indefesa era um gesto de amor. E não é o amor a luz da alma?”

Ele tirou a pérola de junto ao seu coração. Nunca ela pareceu tão luminosa! Colocou-a na mão da moça:

"- Este é o teu pagamento, o último dos tesouros que guardei para o Rei!"

Enquanto ele falava uma escuridão profunda envolveu a terra que tremeu consultivamente! Casas caíram, os soldados fugiram mas Artaban e a moça protegeram-se de baixo do telhado sobre as muralhas do Pretório.

"- O que tenho a temer,” pensou ele," ...e para quê viver? Não há mais esperança de encontrar o Rei, a procura terminou, eu falhei.”

Mas mesmo esse pensamento lhe trouxe paz pois sabia que viveu de dia a dia da melhor maneira que soube. Se tivesse que viver de novo a sua vida não poderia ser de outra maneira.

Mais um tremor de terra e uma telha desprendeu-se do telhado e feriu o velho mago na cabeça. Repousou no chão e deitou a cabeça nos ombros da jovem com o sangue a escorrer do ferimento.

Ao debruçar-se sobre ele, ela ouviu uma voz suave, como música vindo da distancia. Os lábios de Artaban moveram-se como em resposta e ela escutou o que o velho mago disse na sua própria língua:

"- Não meu Senhor! Quando te vi com fome e te dei de comer? ou com sede e te dei de beber? ou quando te vi enfermo ou na prisão e fui te ver?

Por 33 anos eu te procurei, mas nunca vi a tua face, nem te servi, meu Rei!"

E uma voz suave veio, mas desta vez dos céus. A jovem também compreendeu as palavras.

"- Em verdade, em verdade vos digo que quando o fizeste a um destes meus irmãos a mim o fizeste!"

Uma alegria radiante iluminou a face calma de Artaban.

Um suspiro longo e aliviado saiu de seus lábios.

A viagem para ele havia terminado.

O quarto mago, Artaban, compreendeu que havia encontrado o seu Rei durante toda a sua vida!

Colab: Ir.'. Weber Varrasquim, 33º

Dezembro / 2.003

http://www.glesp.org.br/artigos/119-o-quarto-rei-mago.html