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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Da série o Mestre e o discípulo

Amigos, as postagens estão paradas porque o mestre e o discípulo estão em
"medita-ação", tentando entender a profundidade da alma humana.
Logo voltam
Abraços

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Conceitos

Hoje compartilhei em meu perfil no Face uma postagem da ONU Brasil relativa a violência contra a mulher. 
Daí lembrei-me de uma coisa. Tenho uma amiga que vive no Oriente e querendo saber como me achou conversamos algumas vezes por inbox. Disse que vivia em outro país vizinho ao dela, que teve que se mudar etc., e para chegar ao ponto que quero, vou resumir:  É casada e feliz, "meu marido é bom, não me bate." 
Observem como é o conceito de felicidade e vida de certos povos.
Era só o que tinha para dizer por agora. A exceção é não bater.

ELIas, sei lá que dia é hoje.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Saudades


http://www.panoramio.com/photo/697156


O Mestre e o Discípulo andaram muito e chegaram à Zona da Mata ainda lá nas Alterosas.

Aproximaram-se do rio e refrescaram-se na Cachoeira da Onça, visitaram a pequena polis suas praças centenárias, souberam que tivera início mais pujante (?) depois da Lei Áurea. E que muito tempo depois, bem depois, tornou-se município e recebera o nome do  emancipador e como o Brasil de modo geral adotou o sufixo grego polis para definir nome de cidades, diferente dos berg e burg de origem saxônica, por isto o nome da cidade da paragem.

Descansaram olhando e contemplado a beleza da região por uns dias, estavam exaustos.

O mestre olha para o discípulo que notou estar muito pensativo e em seu modo acolhedor perguntou:
--- Pequeno Gafanhoto estás pensando em quê?
O discípulo desviando o olhar para o chão, não querendo mostrar os olhos marejados respondeu:
--- Mestre me desculpe, mas tenho saudades. Saudades daquilo que não tive, saudades daquilo que está no futuro, saudades do que era antes.

--- Saudades do futuro? Bem interessante. Mas isto é possível sim, quando sua zona de conforto está abalada e você quer mudanças. Isto se chama esperança. Você sonha com uma plenitude que acredita estar no amanhã. É comum e ela se consumará ou consumirá a tua alma. Reaja e aja. A vontade, a fé e a esperança são coisas intangíveis, mas muito poderosas. Vá em frente, não fuja dos espinhos, não fuja da grande noite sem luar que se instalará em seu coração, toda noite negra um dia termina, mesmo que seja dentro de um jazigo, mas de qualquer maneira lutastes. Os medrosos chegam ao mesmo jazigo e não se orgulham de terem lutado, não se sentem humilhados por não vencerem. Já os corajosos, terão uma bela história para contar ou para contarem e mesmo não vencendo serão vencedores. Terão orgulho disto e não terão vergonha por perderem. Foram os fazedores, os criadores, porque assim são todos os fortes.

Quanto à saudade do que era antes e já não o é, tenho que lhe dizer que procure dentro de você as respostas, talvez não as ache por que não foram situações que você criou, mas você viveu tudo aquilo, e esta saudade não tem como ser resolvida, sendo sua ou não a ação que fez mudar o que foi. Mesmo que você volte a viver aquilo que vivestes nunca mais serão os mesmos momentos, nunca mais será a mesma coisa, seja que coisa ou situação for. Mas neste caso a sabedoria, a tolerância, a compreensão que adquirirás ao longo do tempo serão suporte para a dor que por certo estará em seu peito, pelo tempo perdido, pelo ocorrido. O tempo, embora a teoria da relatividade confirme seja possível retroagir, ainda não conseguimos tal intento e mais difícil ainda será retroagir individualmente, se te acontecer de ter novamente, apenas viva estes momentos, o que foi perdido está perdido para sempre, para a eternidade. O que foi feito está feito para sempre, para a eternidade. Apenas perdoe e viva, perdoe você mesmo e a situação. Perguntará-me perdoar o que não fiz? Responderei-te que não; perdoe o tempo que perdestes, os momentos que não vivestes, o tempo em que viveram em teu lugar. Só isto. E mais, saiba que não viveram em teu lugar, nunca houve substituto para alguém. O que foi vivido foi uma mentira, um engodo. Mas viveram com a sensação de que era você, uma vida doida e doída.

Quanto a saudade do que você não teve, desta te falo que as circunstâncias, o momento não permitiram que estivessem ao seu alcance. Não era seu tempo. Sabe aqueles pés de figo em que ficavas embaixo olhando para a mata e tão criança pensavas no amanhã e que aquele amanhã que foi o ontem, é o hoje e será o amanhã? Pois bem, Gafanhoto, foram nestes momentos que moldastes o homem que és. E seus amigos anjos que te visitavam e que continuam até hoje? Não te abandonaram, nem te abandonarão. Mas, mais uma vez poderá interrogar-me; e por que não fazem nada? Ao que eu te responderia: Anjos não tem autorização para mudar nada, apenas cumprem uma tarefa celestial. Se não forem anjos, forem algo além disto, são enviados de Deus e não poderão fazer nada sem que lhes seja permitido. Poderão te mostrar coisas, te contar da vida, te orientar, mas nunca sem a devida autorização poderão impedir qualquer coisa que seu (ou de qualquer um) livre-arbítrio quiser fazer depois que eles admoestarem. Você até sabe o nome deles, pergunte o que quiser, eles te responderão isto. Eles te visitam porque assim foi ordenado. Mas só para complementar o que disse: Aquilo que vias debaixo daqueles pés de figo, nos carreadores que cortavam as matas, enquanto caminhava nas manhãs com pés descalços na grama coberta por gelo enquanto a barriga roncava de fome, e quando seus colegas de classe que zombavam de suas vestes,  não foram e não estão sendo realizadas? Retrucarás mas isto é no material e no resto? Eu te digo que tens agora o que projetastes e terás o que projetardes agora. Projete só o material e terás isto, projetes apenas a felicidade e todo o resto vem junto.

O Gafanhoto levantou os olhos do chão e lágrimas escorriam, olhou para o mestre e num longo abraço o agradeceu.
Estava mais aliviado.

Retornarem à cachoeira, estavam olhando para a montante e observaram uma cena curiosa:
Por entre as sombras um vulto, observaram melhor. Notaram ser uma mulher.
Sem se aproximar simplesmente se foi.

E foram todos os dias.
E nunca mais voltaram assim como também ela não voltará igual àquele dia.
De longe espia, mas não entende.

O discípulo meditou e viu um mundo diferente,
viu o amanhã reluzente.

ELIas, 15 de maio de 2013
Por estes dias tenho andado com saudades de meu irmão primogênito que faleceu tão cedo com apenas três meses. Ah!  Se eu tivesse você aqui Daniel, teríamos tantas coisas para conversar. Coisas que só se fala para irmãos.


terça-feira, 14 de maio de 2013

O trem


Elias já cansado e sabendo dos desígnios de Deus para Eliseu quis ouvir da boca dele ao indagar se ele sabia como era pesado o manto que ele (Elias) carregava, e antes de tocar a água e abrir o rio com o manto, o advertiu. Este, firme de seus propósitos disse que sabia. Então Elias após atravessar o rio deu-lhe a sua capa com poderes ainda maiores. E foi Eliseu cumprir sua missão. Elias se foi em carruagem de fogo e só voltou com Moisés ao monte onde Jesus se dirigiu para orar em seus últimos dias, sendo novamente levado com Moisés aos céus por uma nuvem.
E vi um dos Ventos que soprou sobre a Terra e grande e espantosas coisas serão vistas. O menor, aquele que menos cresceu, derrubará o maior. Ruínas intransponíveis se formarão. Será o grande clamor da multidão? Não, será de alguns. Os seres santos estarão a salvo e a grande mão ceifará. Quem estiver sujo, suje-se mais e quem estiver limpo, limpe-se mais. O homem criou estas coisas que virão e Deus não impedirá. Tremendus terrificus para uns e Tremendus fascinans para outros que ao adentrarem  em si mesmos encontrarão o que acumularam por toda a senda. Este é o juízo final para alguns e compreenderão por fim o significado de VITRIOL ("Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem") para regozijo ou desgraça. Você é quem escolhe agora.
Mas fiquem bem.
Quem se lembra da melodia Canção dos remadores do Lago Biwa no Japão? http://www.youtube.com/watch?v=sn2R7-1sM_0


Há tantos caminhos criados pelo homem para sua própria perdição que tudo o que fizerem será vão, embora aos seus olhos pareça bom. Quem quiser cumprir a Lei e não ver nada além disto, que a cumpra integralmente, com seus ônus e bônus ou liberte-se.
Mas Deus tem visto suas obras e tem achado boas, mas o Cordeiro, na rude cruz, deu outra opção. O problema é interpretar. E nenhum sofrimento é alegria para Deus --- Palavras Dele ---, para isto serviu o Madeiro.

Interpretem como quiserem.

ELIas, 14 de maio de 2013

quarta-feira, 8 de maio de 2013

As prioridades e o tempo – Final


As prioridades e o tempo – Final
Contei um pouco mais sobre o que fui, agora, encerro.
Como canta Oswaldo Montenegro em Metade: “Que minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade também”.
Explano o que sou em cada metade:
Uma delas é a exposta que as pessoas podem ver, e é o amor universal, o amor ágape. A outra metade é escondida e só é exposta quando encontra metade igual, e somente foi por duas vezes e por breves períodos. Esta é reservada e é aquilo que chamam de amor entre homem e mulher. Se eu a recolhi não foi por mero acaso, fui induzido a isto e lá permanece na obscuridade até que alguém venha a merecer. O fato de estar velada não implica em morte da mesma, significa estar guardada protegida, porque como narrei nas outras duas postagens, “amor” vazio não me interessa, e tudo o que é amor Eros verdadeiro está lá. Sou como uma garrafa de Leyden ou Leiden que está com energia, mas não demonstra até que você crie um curto-circuito.
Chegou o tempo de dizer que guarde seus amores, suas alegrias e suas dores, seus amantes, seus odores e suas flores, as sujeiras de meus aposentos e seus “partos”, destas coisas não quero saber mais. Que fiquem para teu conforto. Não foi um julgamento justo? Não foi dado o direto ao contraditório? Então agora se findou o tempo do recurso, do agravo de instrumento, agora já é transitado em julgado. Estás intempestiva.  Amou-me? Que pena que não soube manter. Não vou aqui narrar nada porque certamente logo vão tegervisar. Afinal eu sou o “culpado” por todos os erros e não reconhecido pelos acertos.
Acho que o céu não é lá muito meu amigo (nessa área), porque quando o sol é filtrado em alguma janela nas nuvens escuras, logo ele envia outra para impedir a passagem do raio luminoso.
Estou velho e feio, não posso voltar a idade física, mas posso ajeitar a feiura. E asilos há muitos por aí, quem sabe não estará lá a outra metade?
E como as pessoas temem o julgamento dos demais, da sociedade mascarada e não procuram a felicidade, por que temer se afinal é sempre entre você e Deus e toda forma de amor é válida. E por favor, há alguns tolos que chamam sexo de amor.
O que me entristece, é possível entristecer a própria tristeza em pessoa? Supondo que sim, então, o que me entristece mais, eu disse mais, são as pessoas me compararem com as demais que vivem neste lamaçal, e por outro lado eu não ter dado à elas motivo para isto. É claro que é normal jogar tudo dentro do mesmo chiqueiro, não culpo ninguém, este é o mundo de hoje. E neste campo os cafajestes se dão muito bem. Mas não há como concorrer com a Fórmula 1 andando. Eles, os cafajestes, andam com aqueles veículos e eu com sapatos apertados. Mas alegra-me saber que não fui um “santo” que pregou uma coisa e fez outra, a mesma que para o povão condena. E também não fui um cafajeste e que conta  aos quatro ventos suas aventuras como conta quem recebe um grande prêmio de glória, uma medalha nobre, um título das mãos da Rainha Elizabeth.
No juízo final estou tranquilo. O que Ele disse faça eu fiz, mas fiz também algumas coisas que Ele disse não faça. Mas foram coisas menores, porque hoje eu posso olhar para meu passado e só ter uma coisa para me arrepender: uma doação de sangue que não quis fazer, mas fiz muitas outras depois.
Se mostro algo que tenho ou que faço, faz parte de meus negócios e marketing muito mais profissional que pessoal.
Por favor, nunca me comparem com ninguém, sou único, como todos somos únicos. Tenho meus defeitos e não sou santo, mas também não sou hipócrita. Se não sabe, pergunte. Se quiser ver, observe, se quiser ouvir, fale. Cuidado com as comadres.
Termino com um parabéns, você conseguiu, e, por favor, transmita a Dra. também meus parabéns, não ousaria dizer pessoalmente, não ainda.
“Eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei pra aqui chegar, eu vou para longe.” Lá para os lados onde o mundo se acaba.
Eu Vim de Longe
Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe  ...
Palavras minhas que não constam na música: O que eu andei para chegar aqui e agora isto é um empecilho.
Vou ver a Cachoeira da Onça, em polis que um dia tudo, o rio inundou, ver as velhas praças, grandes e velhas árvores, em um canto calmo em uma zona da mata.

ELIas, 7 de maio de 2013, “simbora” deixar estas palavras para Belém e escrever pelo menos parte de um capítulo sobre Cactos e Suculentas.

terça-feira, 30 de abril de 2013

O mestre e o discípulo




Continuando com o Mestre e o Discípulo.
Ainda nas Alterosas, o Mestre e o Discípulo continuaram andando.
Estava anoitecendo e eles precisariam rapidamente encontrar um abrigo. Normalmente os mestres e discípulos saem sem se preocupar com estas futilidades de conforto. Levavam apenas algum alimento e a água iam abastecendo seus cantis quando achavam uma casa ou uma fonte. Nas Alterosas é muito fácil encontrar boas fontes de água e naquele cerrado era possível também encontrar  frutas em abundância, raízes e algumas suculentas que eles conheciam bem.
Quando o sol estava a um metro da linha do horizonte, tornou-se premente  acharem um bom lugar. Deveria ser uma gruta ou um espaço aberto, onde pudessem fazer uma fogueira. Galhos secos havia a disposição. Encontraram um recôncavo e após analisarem deram-se por satisfeitos.
O discípulo apanhou alguns galhos e montou uma pequena pira. Deixou de lado uma pilha de galhos para alimentar o fogo quando fosse preciso. Ateou fogo enquanto o mestre descascava alguns frutos que haviam colhido ao longo do caminho.
Comeram as frutas em silêncio, não sem antes agradecerem a Providência que as dispôs para os famintos, homens e animais que perambulam pelo sertão.  Fizeram uma breve meditação e foram descansar.
O mestre notou que o discípulo estava insone e perguntou:
--- Pequeno Gafanhoto, porque é que estás tão inquieto?
--- Mestre é que estou pensando e o sono me fugiu e não chego a conclusão alguma.
Neste ínterim um farfalhar de folhas é ouvido não muito longe deles. O discípulo assustado, em um sobressalto levanta.
O mestre com a tranquilidade que é comum aos iluminados o acalma dizendo; --- é apenas um animal a passar, não se preocupe, com a fogueira na entrada ele não nos atacará. Mas deite-se novamente e me diga o que o inquieta.
--- Mestre o que torna as pessoas infelizes?
--- Há vários motivos Pequeno Gafanhoto, te direi algumas, as demais você aprenderá com o tempo, e como disse, entre outras, são: a ganância, o desejo de riquezas para seu uso próprio, utilizar-se de recursos de outrem para o seu bem próprio e dos seus, não entender que aquilo que se tem é apenas emprestado e que deve ser repartido,  e no sentido mais da natureza humana temos a vaidade, o orgulho, a dominação, a imposição ao mais fraco, a falta de caráter, a falta de compaixão, se bem que algumas estão misturadas as outras.
Houve uma pequena pausa e o discípulo novamente:
--- Mestre, falo da infelicidade mais próxima, mais afetiva.
--- Imagine o seguinte Pequeno Gafanhoto: Dois corações incompletos e abertos, um esperando o outro. Um precisa entrar no outro para se completarem. Mas um deles carrega sobre os ombros um tronco já apodrecido, que de nada mais serve e sobre ele estende os dois braços, logo, não há como entrar no outro coração, a largura formada por esta apresentação é muito larga. Imagine também que um deles é limpo e quando vai recebê-lo nota que o outro andou chafurdando e ele o aceita desde que antes, como se fazem nas mesquitas e outros locais, este venha a banhar-se e tirar toda sua sujeira. Imagine agora, que um deles é muito pesado,
O discípulo o interrompeu:
--- Mas para ser feliz é preciso ser magro mestre?
O mestre com um sorriso continuou; como eu dizia, um deles é muito pesado a ponto de que se entrar pela porta aberta que o recebe poderá fazer com que pare de bater. Não falo de peso físico, não falo de moléculas, átomos, por que o elemento mais pesado não é um elemento químico e nem está na Tabela Periódica,  refiro-me a consciência o mais pesado dos elementos  até hoje encontrado quando ela é excruciante ao voltar e tomar o lugar que sempre foi dela e que uma vez abandonou, por não ser ouvida,  para o livre arbítrio.
--- Então Pequeno Gafanhoto, as pessoas são infelizes por que não se desfazem daquilo que já não presta mais e se mantém presos a elas, por que não se limpam e só há uma maneira de ter a consciência leve mesmo depois que o livre arbítrio tenha tomado conta. Mas isto você já sabe, não é?
O discípulo assentiu com um gesto.  E ele já sabia mesmo.

ELIas, 30 de abril de 2013

Previsões lógicas

Quando escrevi que as coisas giram em círculos, que algumas coisas marcam e sempre estou sempre ligados aos fatos coincidências ou voluntariamente, era disto que eu falava:
Pedras, Lapas e Penha. Todas estas palavras significam a mesma coisa e nelas todas fui ou estive envolvido; logo, prever o futuro não é um ato profético, mas, absolutamente de observação lógica. E estas não são coisas isoladas, há outras.
Preste atenção e acharás o futuro.

ELIas, 30 de abril de 2013, e o I.R.? ainda por fazer.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma velha fábula

Esta é uma fábula velha, mas vale a pena postar.
A beira de um rio estavam um sapo e um escorpião.
O escorpião queria atravessar o rio mas não sabia nadar. E como estavam em uma parte mais baixa que o outro lado onde havia um barranco alto e com as notícias de uma enchente próxima, pediu ao sapo:
--- Amigo sapo, você poderia me atravessar para o outro lado?
O sapo que já estava guardando certa distância, respondeu:
--- E como eu te atravessaria?
--- Fácil, eu subo em suas costas.
--- Eu? De jeito algum. Depois que eu te atravessar você me ferroa e eu morro.
--- Que é isto amigo? Acha que eu faria isto para quem me salvou? Você me decepciona.
O sapo se convenceu da sinceridade do escorpião e mandou que ele subisse em suas costas. Saltou para o rio e começou a travessia.
No meio do rio, o escorpião o ferroa na nuca.
O sapo, inoculado com o veneno não consegue mais nadar e morrendo diz ao escorpião: 
--- Por que você fez isto ?Morreremos os dois.
Ao que o escorpião responde já se afogando: 
--- Desculpe amigo, não resisti, é da minha natureza.

A moral da história: Não adianta o que você faça, algumas pessoas nunca mudam. E esta natureza por vezes tem um sentido sado-masoquista.

ELIas, 30 de abril de 2013 e ainda tenho o I.R,  para fazer.

Cartas para Belém


Quantas cartas escreve  uma pessoa?
Não sei.
Quantas escrevi?
Não importa.
Não importa, porque quase todas foram lançadas onde a tinta
se apaga e o fumo subiu aos céus como se uma oferenda fosse.
Talvez estejam perdidas, as mensagens, em
algum campo desconhecido da razão humana.

ELIas, 28 de abril de 2013

Uma prosa


Vejo pela grande janela do mundo
Vê, você também vê
Vemos as mesmas coisas
Interpretamos de maneira sutil
Vemos o mundo girando
E como estações geo-estacionárias
Mantemo-nos em inércia
Do alto vejo o mundo mais bonito
Suas paisagens e lugares especiais
E nestes lugares também pessoas especiais
Um dia disse que como um pássaro desceria
E quase desci
Poderia sim até como um pássaro pousar
E sei que poderia
Poderia
Mas não pousei
Deixei para um dia qualquer
Um dia que virá
Olhos me viram
Ouvidos me ouviram
Mas quem seria que rugia como um leão sobre minha cabeça?
Pensaram e o que pensaram?
Gosto de arroz doce
Gosto de canjica
Gosto de lasanha de berinjela
Mas eu gosto mesmo é de gostar.

ELIas, 28 de abril 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

As prioridades e oTempo parte II


...
Naquele tempo eu frequentava a 1ª Igreja Batista que fica(va) na Praça Duque de Caxias, nasci em berço protestante, e sempre que podia aparecia por lá.
Conheci a diplomacia do Barão do Rio Branco e a arte da guerra de Duque de Caxias e quando cruzei as duas, passei pela grande transformação da minha vida. Isto me fez saber o que era o amor verdadeiro. Foram dias de felicidade, ainda na regra da sobrevivência, mantive-me em meu casulo, vi as tábuas dos Dez Mandamentos, e o que se seguiu não foi um desvio delas. Alguns até diriam que sim, estariam enganados, o amor liberta e nunca escraviza. Metade de mim se foi, e voltou para ir, e voltou para ir e nunca mais voltar.
E foram embora os dias das esbórnias.
Sempre tive uma máxima comigo, quando alguma coisa que eu olho e de alguma maneira me marca ou me toca na alma, eu tenho certeza de que ali ou naquele lugar algo acontecerá e foi isto, e é isto até hoje. Acho que isto ocorre com todos, apenas alguns não aprenderam a notar este tipo de situação.
Na região onde resido (?) --- ando por tantas casas que nem sei onde resido --- em certa data ocorreu um caso em um prédio que ficou como um esqueleto assombrado por muito tempo e aquilo me marcou e tempos depois, muito tempo depois, fizeram um condomínio lá e como o local guarda uma desgraça, é claro que lá estaria também a minha, ou não, depende de como está meu espírito, por vezes sinto que até tenha sido uma benção as desgraças lá ocorridas há pouco tempo, conheci melhor as pessoas. E estas ocorrências ajudam-me a tomar decisões.
Um período nublado, depois raia o sol e como previsto para daqui a cinco bilhões de anos, apagou-se. Marcas, mudanças, crescimento espiritual, emocional, mas com dor, muita dor.
Eu tinha um sonho a fazer e sair pelo mundo, mas fui substituído. O que acho inusitado é o fato de que sempre que me substituíram procuraram alguém e ou algo que de alguma forma estivesse muito próximo do que sou, de onde vim, das minhas origens, inconsciente é claro, mas as coincidências são tantas. Se for colocar na ponta do lápis é fácil demonstrar isto, e me pergunto por quê? É intrigante, mas é real. Uma pergunta: será que fui substituído em plenitude? É claro que não. E eu sempre estou dentro do círculo, como um fantasma que não tem destino e ronda o planeta.
Na minha meninice, ganhei meu primeiro par de sapatos, (aqueles de borracha totalmente vedados) a alegria foi tanta que dormi com eles, isto aos sete anos. Havia dias em que a única coisa para comer era melaço de cana. Mas por que dizer isto aqui? Lamentação? Absolutamente não, para demonstrar que no universo há abundância para todos e que caminhos retos levam a prosperidade. Mas prosperidade significa felicidade? Não. Nada significa, as coisas materiais te trazem conforto para o corpo, mas nunca para o espírito. Mas apesar disto, estas coisas não me importam (materiais), agradeço a Deus por ter me emprestado e procuro fazer bom uso e poderei viver muito bem sem elas. Mas se Deus me deu as oportunidades e a visão ao longe, Ele tem seus propósitos. Uma parenta (soa estranho parenta, mas é assim mesmo a grafia) me escreveu uma mensagem bem realista, ao afirmar de que ando por todo o mundo no momento que desejar,  mas não levo o essencial, a felicidade. E não adianta procurar em lugar algum.
Pelo lado espiritual sinto falta da prática de uma religião convencional, mas enquanto isto também é uma provação, levo Deus e a Graça comigo, principalmente a Graça. E esta tem sido minha religião, mas Ele sabe de meu sincero desejo.
Sou feliz a meu modo, um modo um tanto rudimentar,mas é o que se tem por ora.Sou feliz porque ainda tenho esperanças.
Ocupo-me demasiadamente em meus trabalhos, estudos, escrevendo artigos, prefaciando livros,quando não escrevo também os meus, pesquisas, invenções, dirigindo entidades de classe, talvez isto por fuga, que seja, mas é produtiva.
Já afirmei uma vez que tudo que quis no plano material eu realizei, e uma das coisas que tentei fazer foi a AMAN, (mas na época foi impossível – quem souber disto sabe que por perto andei, logo o que escrevi acima das coisas que marcam), hoje entro no círculo por outra porta oficial.
Quanto ao que tinha que fazer pelo mundo espero que seja convocado, então mais uma pendência foi resolvida.
Não concordo com certas gaiolas que prendem os indivíduos, as palavras do “padre” sob meu ponto de vista é uma indução ao inferno porque as pessoas juram aquilo que não podem cumprir, mas são obrigadas a jurar.
Faço coisas ou tomo algumas atitudes que para alguns parecem insanas, mas eu tenho meus motivos e sei até onde ou quando as manterei. Quem conhece a frase de Rondon: “Morrer se preciso for...”? E acreditem-me já “morri” mais que uma vez, mas espero ressuscitar. E só uma coisa me entristece, as calúnias que falam a meu respeito, mas eu perdoo porque entendo que não estão lutando a boa luta. Mas tudo vem a tona. O mar sempre devolve seus cadáveres.

... continua ...

E o Dia D, o dia do desembarque.

ELIas, 24 de abril de 2013

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A árvore as flores e a coragem


Estes dias um amigo me perguntou por que é que eu não escrevo mais sobre o amor como eu escrevia no meu antigo blog e que hoje escrevo basicamente de coisas soturnas.
Respondi que como já escrevi muito sobre isto, acho que é hora de deixar o tempo agir. 
Por que quando falo de mim, ou mesmo utilizando a terceira pessoa, principalmente nesta nova maneira de escrever, estou querendo mostrar aos outros um pouco mais profundamente, a minha alma, o que sou ou o que sinto. 
No entanto isto não significa a ausência da capacidade de escrever sobre o amor ou de amar. 
Significa apenas, no meu caso, que estou como um sino sem o badalo, que por mais que movimente não é capaz de emitir qualquer som. 
É um estado de espera, de esperança desesperançada de que o badalo seja instalado ainda a tempo, aí sim, todo o som retido por tanto tempo possa ecoar pelos vales e montes.
Falo de minhas angústias como falaram os poetas e como cantam as melodias d´alma.
Vejo duas árvores que desejosas de unirem suas raízes, encontram entre elas uma pedra. E então vivem as duas seus outonos perdendo as folhas juntas e esperam eternamente pela primavera. 
Mas e a pedra?
O fundamental é o amor, e a pedra esfarelar-se-á quando por fim a decisão for tomada. Não é fácil, sei bem disto, mas é necessário, ou então chegará o inverno e já não haverá mais duas árvores, apenas a sensação de que todos os dias foram vazios e perdidos.
Quando uma pedra é removida, casas podem cair, mas as raízes entrelaçadas as sustentarão. E esta pedra depende apenas de poucas palavras para que se desintegre.

Agora uma estória ou história que se passou lá pelas bandas das Alterosas:
Um mestre e seu discípulo caminhavam por uma estrada estreita, o discípulo sugere:
--- Mestre,  poderemos descansar um pouco sob a sombra daquela Sucupira Branca? 
Chegam até a árvore frondosa e sentam-se. 
O discípulo pergunta: 
--- Mestre, tantas flores no chão e porque é que elas caem? O chão fica todo enfeitado, mas na árvore são mais bonitas.  
O mestre olhando serenamente responde: 
--- Pequeno Gafanhoto, na árvore são mais bonitas para quem vê, mas não para a árvore, as flores caem por que a árvore não mais as sustém, as flores enfeitam o chão mas de nada valem, murcham e desaparecem,  é o ciclo natural das coisas. De algumas destas flores nascerão sementes que levadas pelo vento, cairão em terreno fértil e nova árvore nascerá e florescerá novamente, mas para isto é preciso que caiam as flores. Árvores não crescem sobre pedras, crescem entre as pedras e para isto é preciso ter vontade.

ELIas, 18 de abril de 2013

Se eu conhecer


Se eu souber que apesar de tantos esforços, o fato de eu conseguir ou não alcançar algo não passa de uma mera questão de sorte.
E o que me levaram? Não, não era meu, mas nunca será?
Portanto, que em todas as atitudes e vivências nada mais sou que um grande redemoinho, ---que tudo arranca, leva, gira e retorna em frangalhos --- isto tudo em mim mesmo.
E as minhas sensações, como o orgulho, a contrição ou a vergonha?
De que adianta conhecer se não se pode ter?
São o nada.
O vazio do universo não é um vazio, vazio é por certo meu ser e este vazio tende a aumentar porque o universo está em expansão.


ELIas, 18 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Preciso

Preciso 
Dos choros alegres das maternidades
Das flores que perfumam os dias
Dos cravos dos esquifes
Dos cantos dos pássaros ao amanhecer
Dos choros histéricos dos funerais
Dos soluços sufocados da tristeza
Do silencio sepulcrais
Das preces impregnadas em todas as paredes das igrejas, capelas e catedrais
Das vozes das preces não atendidas dos miseráveis
Do sonho de uma criança
Da esperança de um terminal
Da fé perdida em um caminho
Das dores do parto e do choro de quem vem
Do vento empoeirado dos desertos
Das águas mansas dos regatos
Das chuvas torrenciais que a tudo inunda
Do clarão do raio que risca o céu
Do estrondo retumbante do trovão
Do prato vazio que a alguém saciou
Do prato vazio dos que tem fome
Saber por quem dobram os sinos
Da imaginação para voar
Do tempo para lembrar
Da sombra da árvore cortada
Da ovelha morta e tosquiada
Dos egoístas que prendem aquilo que já perderam
Dos desejos daqueles que nunca terão
Das promessas dos dias que virão ainda que não sejam estes dias, que seja o dia da escuridão
Do sol eclipsado
Da lua cheia que já não é dos namorados
Da minha dualidade, meio homem, meio deidade
Não entendeu? Pois bem, nem eu
Mas eu só quero Deus para viver.


ELIas, 15 de abril de 2013

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Eu já não sei

Eu já não sei
se é o sabor do cálice
se são as pêras
ou se é o calor da mureta
se é o verde
o nascer do sol
a estrada escura
o castelo moderno
a cachoeira no mato
o barranco tão alto
um filme, uma espingarda
ou sei não
talvez o dia D
na fria Normandia 
eu quero voltar.

ELIas, 11/04/2013

terça-feira, 26 de março de 2013

O que você vê?

Vê, vem e vê.
Você é capaz de ver? Vê?
Nem tudo que se vê é o que você vê.
Vê, olhe outra vez, o que vê? Vê
Vê, o que você vê?
Não deixe que o que está nas sombras das encostas confunda o que você vê.
Vê, venha e veja.

ELIas, Moscou 26/03/13

terça-feira, 19 de março de 2013

...


Hoje no coração da Turquia vivendo uma imersão de tantas culturas, vendo locais onde tantos passaram, viveram, guerrearam, conquistaram e tantos povos se perderam, em meu quarto dentro da pedra, tantos pensamentos surgem: as minhas próprias batalhas, minhas conquistas materiais, também minhas perdas. A minha fé me confirma que a mesma (a fé) sem ação de nada vale, por isto é que naquilo que creio e espero eu coloco meu foco e minha ação. Sou guiado por Deus e com Ele o caminho nunca foi perdido. Grandes rios e terras separam continentes, mas a esperança e a certeza de que Deus ainda olha por nós, me faz encontrar a dobra do tempo/espaço. No dia 13 de março em uma revelação pela primeira vez um encontro que me perguntavam: E você fez isto? Claro respondi. E a seqüência mais importante foi: e você faria isto? Respondi: este é o meu Graal. A confirmação veio no dia quinze. Desta revelação ainda há alguns itens não interpretados, mas serão, com certeza.
Meu silêncio não significa desistência. Reorganizando idéias.
As mais belas árvores e flores são aquelas que crescem nas pedras. São mais resistentes e a luta para viver as mantém mais fortes.
ELIas, Capadócia - Turquia - by IPhone

sábado, 23 de fevereiro de 2013

As prioridades e o Tempo parte I


As prioridades e o Tempo
Meu filho me disse certo dia: Pai, você já foi mais estrategista.
Tenho que concordar.
Quando era jovem e projetava meu futuro eu tinha pressa, muita pressa, afinal eu não queria viver o que vivia, então tinha pressa de mudar as coisas. Saí de meu ninho com treze para catorze anos.
Hoje, já entrando no inverno, tenho que permanecer rápido, tenho tanto a fazer e não sei quanto tempo tenho.

Busquei  muitas fontes de conhecimento e procurei sorver daquelas que me faziam bem.
Como um animal em uma selva perigosa desenvolvi  meus sentidos e instintos, regra básica de sobrevivência. Na juventude avançada já caminhando com um mais de conforto procurei atingir a universalidade do ser humano, vivi como deve viver os jovens e conhecendo o que fazíamos à época entendi que somos todos iguais, homens e mulheres, que não se cobra de ninguém aquilo que se faz e que não se condena ninguém por aquilo que também se faz. É o princípio básico da lógica da justiça. Aprendi também, mas isto desde o nascimento que somos todos iguais em sentimentos, sensações, aspirações e vontade de mudanças --- mas isto  --- mudar --- é para os fortes. Então dentro deste contexto conheci tantas pessoas que inconformadas com sua zona de conforto buscavam, de um modo ou outro uma fuga ou o desabafo de seu inconformismo, mesmo estes são fortes ainda que os meios não sejam os mais seguros. E aprendi também conhecer quem praticava suas obras por estes ou aqueles motivos e a valorizar quem buscava outra vida, os corajosos, certos ou errados. Foi uma fase.
Atenção redobrada em meio ambiente desconhecido, pouca fala, pouca explicação, sondar primeiro, afinal o inimigo pode estar dentro de um lago, escondido em um campo aberto, uma mina terrestre ou se muito visível um míssil pode te atingir. O inimigo a que me refiro não são só aqueles que são os conhecidos pela polícia, pode ser a colega de classe, de trabalho que com uma ou outra artimanha pode estragar seu planejamento de curto e longo prazo. Razão pela qual nunca me envolvi com colegas de classe, trabalho e de círculos próximos. Sob uma visão puramente de “saber aproveitar a vida” perdi muitas destas oportunidades, mas eu tinha planos outros que isto não me preencheria.  Frequentei sim, muitas casas para que meus instintos animais pudessem ser “aliviados”, mas saia destas casas mais vazio, não por ter deixado “alguma coisa lá”, mas porque não era o que eu procurava ou queria. Foram muitas e muitas vezes e nunca repetia, este era um luxo que eu me dava, sempre saia sozinho, nunca andei em turma e como um gato solitário não era uma competição com colegas, mas tão somente uma necessidade que por tanto tempo fora reprimida pela falta de recursos. Naquela época, bonito e com dinheiro eu a meu modo “aproveitei a vida”.  O trabalho em jornada dupla, a parcimônia, a ausência total de luxo, comidas em botecos e as “conquistas” gratuitas me permitiram fazer uma boa reserva.
Escapei de armadilhas e ri muito quando encontrei uma ex-namorada que insistia tanto no ato que eu acabei por desistir dela, ela queria sem proteção, mesmo sem as variantes de hoje já havia a proteção. Mas então sorri muito quando estava na antiga Estação da Luz para pegar um ônibus quando encontro ela e um ex-colega de república com um filho nos braços. Antes disto, bem antes tive uma namorada ---naquela época fazia um trabalho que tinha um roteiro definido e a cada quinze dias passava pela mesma cidade, e em cada uma delas uma namorada e uma visita às “amigas” e quando fui para Curitiba, naturalmente todas ficaram. Encontrei-me com uma delas em uma avenida e não rolou mais nada. Quando vim para São Paulo e novamente em uma viagem à Curitiba, a encontro, me convida para um baile, vou. E quando chego à casa dela, a coisa começa a ferver e ela para não acordar o avô quer no carro, minha intuição disse não. Dei prazer à ela e fiquei na minha. Três meses depois ela me liga dizendo que precisava de ajuda financeira porque fizera um aborto, e que naquele “feliz” dia, o que ela queria era me empurrar a cria que carregava. Por isto, uma dica: siga sempre sua intuição.
Se um dia quis casar e quisera seria com quem eu amasse independente de qualquer outra coisa. Sexo? Só sexo? Eu tinha minhas fornecedoras sem risco.
Ouvi “eu não te amo” dito com choro e o pior eu sabendo o porquê e não podendo falar. Já ouvi “eu te odeio” na mesma forma, e a maior “você não me merece”, o que dói demais é que eu compreendia tudo aquilo e tinha que ficar calado. Falar magoaria. Como disse a regra de sobrevivência me obrigava, não sei se de modo certo ou errado, conhecer mais as pessoas e a ouvir mais com as observações e perguntas com duplo sentido e muitas respostas. Tive problemas com isto. Mas não parei, sou assim.

... continua

ELIas, fevereiro de 2013

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O falar sem dizer


Algumas coisas não podem ser ditas diretamente.
Coisas são transmitidas e receptadas, guardadas e se houver interesse não podem ser esquecidas, mas resolvidas. Mas se não se fala direto é preciso achar um meio para dizer.
Direto seria, digamos uma ofensa? Talvez, assim como um adeus, na forma de um aceno de dentro de um ônibus também o seja para alguns.
O que causa o emudecimento na presença e largas risadas na ausência?
O que faz olheiras?
Não pode se irritar e engasgado sorrir.  Uma pedra na lata é motivo de censura. E o peito o que carrega?
---Ei amigo, você poderia me dar uma informação? Uma resposta nem educada nem deselegante, mas lá vem a censurante. O peito o que carrega depois de caminhar na estrada de terra por tanto tempo procurando um abrigo para compensar um cheque? Havia ali um local que eu conhecia. ---Vamos? E quem convida responde: Não
Mantenha-se quieto, alguém está deixando alguma coisa no peitoral da janela.
Ah! Ainda há as flores amarelas.
A Eldorado propaga uma música. Jeito perfeito, mesmo sem jeito.
O sol vai sair, sorria, o dia chegou. Seria isto uma forma de mostrar que entendeu e que está dando a resposta, a solução do problema? A tempestade acabou.
Você sabe demais, isto não é bom.
O que é melhor: Saber, compreender e aceitar ou descobrir e o sonho desmoronar?
Até qualquer dia, sim, você sabe, eu compreenderia.

ELIas, janeiro de 2013

sábado, 19 de janeiro de 2013

Intervalo


Estes dias estava conversando com um ex-professor (na verdade um eterno professor, porque uma vez meu professor, será sempre meu professor) e falando das coisas da vida ele comentou que como eu também não vê motivos para risos no mundo atual.
Vou explicar melhor:  Algumas pessoas acham meus escritos taciturnos e que tenho uma linha de escrita um tanto depressiva. É fato. Tanto que quando escrevo alguma coisa com personagens, normalmente eu os mato no final. Não há como.
Na verdade isto não demonstra, no meu simplório ver, qualquer sinal de ausência de bom humor ou um estilo de vida típico dos deprimidos. Ajo puro e simplesmente com a realidade e não vejo motivo algum para risos nos dias atuais, não só nos meus dias, mas nos dias do mundo.
Quando nascemos, a merda é que não nos entregam um manual de como é viver.
Depois sabemos que uma vez nascidos e estando neste plano temos um intervalo que é viver e um final que é inevitável --- a morte.
Neste intervalo, somos obrigados a descobrir sozinhos por nossas experiências o que fazer com este tempo.
Uns transformam aquilo que seria porta aberta para o abismo em ponte para o desenvolvimento. É a velha estória de transformar limão em limonada --- alguns recebem um pomar inteiro, e haja açúcar para adoçar, outros na ausência do açúcar arrumam bicarbonato de sódio e com isto pelo menos tiram a acidez.
Outros agem como se não soubesse o final de toda história. Nascimento, intervalo e a morte.
Então sendo uma pessoa extremamente racional, não sou um deprimente que escreve, sou um realista que relata fatos. O único detalhe é que nunca escrevo em primeiro plano, é preciso sempre entender o que eu quero dizer, e digo nas entrelinhas ou para que seja decifrado.
Já escrevi, que as emoções,--- todas,--- são a desgraça do mundo desde os tempos de gondwana, tudo o que fez ou faz mal ou mau para os que habitam este planeta foi ou é regido pela emoção. Alguns dirão que os racionais então não amam. AMAM, porque o amor é totalmente racional. A prova disto é que os racionais são mais conservadores e quando desistem de uma situação dita estável, é porque as emoções da outra parte os incomodam demais. E sua razão naturalmente vai buscar uma nova estabilidade. São pessoas que não se conformam em suas zonas de conforto e buscam a inovação sempre. Não são conformistas nem conformados. Giram como gira todo o universo. Racionaliza os fatos e sempre tomam decisões pensadas, mesmo aquelas que consumiram um átimo, vez que as experiências adquiridas e muito bem ajustadas em seus cérebros permitem uma ação rápida com todas as implicações que podem estas decisões acarretar. E são extremamente éticos não tiram proveito de ninguém, e são sempre sinceros.
Mas voltando a falta da porra do manual no nascimento, algumas pessoas não sabem como agir no aprendizado e tomam decisões que carregarão para o resto do intervalo e se enterram com eles, agindo conforme os momentos, não vendo que a frente, se derem mais um passo, estarão caindo em um abismo. Pouco ou nada se importando como o fato atinge a eles mesmos ou aos demais. Os que aprendem podem enfrentar duas situações: Recuam quando o momento não é oportuno ou então assume, racionalmente, uma situação mesmo que isto fira toda a lógica imediata.
Nos últimos dias tenho visitado diariamente uma UTI e a cada dia um novo quadro se apresenta. Uns partem para os leitos hospitalares, outros deixam o planeta, cedendo o box para mais um que tem que aprender um pouco mais ou fazer a prova final. Vejo pelos corredores o choro e desespero das pessoas, a dificuldade em autorizar que os aparelhos sejam desligados, as esperas pelo médico para a assinatura no último documento e por ai caminham. Não aprenderam muito.
Não é questão de desdenhar o sofrimento dos demais, é entender que não leram o manual no intervalo. Não temo a morte, também não me assombro quando isto ocorre com outros, porque aprendi que isto é a parte final. Simples assim. Não é insensibilidade, é a razão. Se nada pode ser feito, tudo está feito.
Então depois de tudo escrito, espero que entendam o que penso: Não deixe para os dias finais as últimas lições e não queiram levar consigo o mal ou o mau que fizeram. O tempo é agora, o intervalo.
Uma coisa que não precisa de interpretação e muitos nunca se atinaram a isto: Jesus como homem, antes do suspiro final, perdoou aquele que teve a humildade de reconhecer seus erros, mas não aquele que se calou. Provavelmente o calado em seu orgulho achou uma “boa razão” para seus feitos e pensou ter transferido a culpa.
ELIas, janeiro de 2013