Preciso
Dos choros alegres das maternidades
Das flores que perfumam os dias
Dos cravos dos esquifes
Dos cantos dos pássaros ao amanhecer
Dos choros histéricos dos funerais
Dos soluços sufocados da tristeza
Do silencio sepulcrais
Das preces impregnadas em todas as paredes das igrejas, capelas e catedrais
Das vozes das preces não atendidas dos miseráveis
Do sonho de uma criança
Da esperança de um terminal
Da fé perdida em um caminho
Das dores do parto e do choro de quem vem
Do vento empoeirado dos desertos
Das águas mansas dos regatos
Das chuvas torrenciais que a tudo inunda
Do clarão do raio que risca o céu
Do estrondo retumbante do trovão
Do prato vazio que a alguém saciou
Do prato vazio dos que tem fome
Saber por quem dobram os sinos
Da imaginação para voar
Do tempo para lembrar
Da sombra da árvore cortada
Da ovelha morta e tosquiada
Dos egoístas que prendem aquilo que já perderam
Dos desejos daqueles que nunca terão
Das promessas dos dias que virão ainda que não sejam estes dias, que seja o dia da escuridão
Do sol eclipsado
Da lua cheia que já não é dos namorados
Da minha dualidade, meio homem, meio deidade
Não entendeu? Pois bem, nem eu
Mas eu só quero Deus para viver.
ELIas, 15 de abril de 2013
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