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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Conceitos

Hoje compartilhei em meu perfil no Face uma postagem da ONU Brasil relativa a violência contra a mulher. 
Daí lembrei-me de uma coisa. Tenho uma amiga que vive no Oriente e querendo saber como me achou conversamos algumas vezes por inbox. Disse que vivia em outro país vizinho ao dela, que teve que se mudar etc., e para chegar ao ponto que quero, vou resumir:  É casada e feliz, "meu marido é bom, não me bate." 
Observem como é o conceito de felicidade e vida de certos povos.
Era só o que tinha para dizer por agora. A exceção é não bater.

ELIas, sei lá que dia é hoje.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Saudades


http://www.panoramio.com/photo/697156


O Mestre e o Discípulo andaram muito e chegaram à Zona da Mata ainda lá nas Alterosas.

Aproximaram-se do rio e refrescaram-se na Cachoeira da Onça, visitaram a pequena polis suas praças centenárias, souberam que tivera início mais pujante (?) depois da Lei Áurea. E que muito tempo depois, bem depois, tornou-se município e recebera o nome do  emancipador e como o Brasil de modo geral adotou o sufixo grego polis para definir nome de cidades, diferente dos berg e burg de origem saxônica, por isto o nome da cidade da paragem.

Descansaram olhando e contemplado a beleza da região por uns dias, estavam exaustos.

O mestre olha para o discípulo que notou estar muito pensativo e em seu modo acolhedor perguntou:
--- Pequeno Gafanhoto estás pensando em quê?
O discípulo desviando o olhar para o chão, não querendo mostrar os olhos marejados respondeu:
--- Mestre me desculpe, mas tenho saudades. Saudades daquilo que não tive, saudades daquilo que está no futuro, saudades do que era antes.

--- Saudades do futuro? Bem interessante. Mas isto é possível sim, quando sua zona de conforto está abalada e você quer mudanças. Isto se chama esperança. Você sonha com uma plenitude que acredita estar no amanhã. É comum e ela se consumará ou consumirá a tua alma. Reaja e aja. A vontade, a fé e a esperança são coisas intangíveis, mas muito poderosas. Vá em frente, não fuja dos espinhos, não fuja da grande noite sem luar que se instalará em seu coração, toda noite negra um dia termina, mesmo que seja dentro de um jazigo, mas de qualquer maneira lutastes. Os medrosos chegam ao mesmo jazigo e não se orgulham de terem lutado, não se sentem humilhados por não vencerem. Já os corajosos, terão uma bela história para contar ou para contarem e mesmo não vencendo serão vencedores. Terão orgulho disto e não terão vergonha por perderem. Foram os fazedores, os criadores, porque assim são todos os fortes.

Quanto à saudade do que era antes e já não o é, tenho que lhe dizer que procure dentro de você as respostas, talvez não as ache por que não foram situações que você criou, mas você viveu tudo aquilo, e esta saudade não tem como ser resolvida, sendo sua ou não a ação que fez mudar o que foi. Mesmo que você volte a viver aquilo que vivestes nunca mais serão os mesmos momentos, nunca mais será a mesma coisa, seja que coisa ou situação for. Mas neste caso a sabedoria, a tolerância, a compreensão que adquirirás ao longo do tempo serão suporte para a dor que por certo estará em seu peito, pelo tempo perdido, pelo ocorrido. O tempo, embora a teoria da relatividade confirme seja possível retroagir, ainda não conseguimos tal intento e mais difícil ainda será retroagir individualmente, se te acontecer de ter novamente, apenas viva estes momentos, o que foi perdido está perdido para sempre, para a eternidade. O que foi feito está feito para sempre, para a eternidade. Apenas perdoe e viva, perdoe você mesmo e a situação. Perguntará-me perdoar o que não fiz? Responderei-te que não; perdoe o tempo que perdestes, os momentos que não vivestes, o tempo em que viveram em teu lugar. Só isto. E mais, saiba que não viveram em teu lugar, nunca houve substituto para alguém. O que foi vivido foi uma mentira, um engodo. Mas viveram com a sensação de que era você, uma vida doida e doída.

Quanto a saudade do que você não teve, desta te falo que as circunstâncias, o momento não permitiram que estivessem ao seu alcance. Não era seu tempo. Sabe aqueles pés de figo em que ficavas embaixo olhando para a mata e tão criança pensavas no amanhã e que aquele amanhã que foi o ontem, é o hoje e será o amanhã? Pois bem, Gafanhoto, foram nestes momentos que moldastes o homem que és. E seus amigos anjos que te visitavam e que continuam até hoje? Não te abandonaram, nem te abandonarão. Mas, mais uma vez poderá interrogar-me; e por que não fazem nada? Ao que eu te responderia: Anjos não tem autorização para mudar nada, apenas cumprem uma tarefa celestial. Se não forem anjos, forem algo além disto, são enviados de Deus e não poderão fazer nada sem que lhes seja permitido. Poderão te mostrar coisas, te contar da vida, te orientar, mas nunca sem a devida autorização poderão impedir qualquer coisa que seu (ou de qualquer um) livre-arbítrio quiser fazer depois que eles admoestarem. Você até sabe o nome deles, pergunte o que quiser, eles te responderão isto. Eles te visitam porque assim foi ordenado. Mas só para complementar o que disse: Aquilo que vias debaixo daqueles pés de figo, nos carreadores que cortavam as matas, enquanto caminhava nas manhãs com pés descalços na grama coberta por gelo enquanto a barriga roncava de fome, e quando seus colegas de classe que zombavam de suas vestes,  não foram e não estão sendo realizadas? Retrucarás mas isto é no material e no resto? Eu te digo que tens agora o que projetastes e terás o que projetardes agora. Projete só o material e terás isto, projetes apenas a felicidade e todo o resto vem junto.

O Gafanhoto levantou os olhos do chão e lágrimas escorriam, olhou para o mestre e num longo abraço o agradeceu.
Estava mais aliviado.

Retornarem à cachoeira, estavam olhando para a montante e observaram uma cena curiosa:
Por entre as sombras um vulto, observaram melhor. Notaram ser uma mulher.
Sem se aproximar simplesmente se foi.

E foram todos os dias.
E nunca mais voltaram assim como também ela não voltará igual àquele dia.
De longe espia, mas não entende.

O discípulo meditou e viu um mundo diferente,
viu o amanhã reluzente.

ELIas, 15 de maio de 2013
Por estes dias tenho andado com saudades de meu irmão primogênito que faleceu tão cedo com apenas três meses. Ah!  Se eu tivesse você aqui Daniel, teríamos tantas coisas para conversar. Coisas que só se fala para irmãos.


terça-feira, 14 de maio de 2013

O trem


Elias já cansado e sabendo dos desígnios de Deus para Eliseu quis ouvir da boca dele ao indagar se ele sabia como era pesado o manto que ele (Elias) carregava, e antes de tocar a água e abrir o rio com o manto, o advertiu. Este, firme de seus propósitos disse que sabia. Então Elias após atravessar o rio deu-lhe a sua capa com poderes ainda maiores. E foi Eliseu cumprir sua missão. Elias se foi em carruagem de fogo e só voltou com Moisés ao monte onde Jesus se dirigiu para orar em seus últimos dias, sendo novamente levado com Moisés aos céus por uma nuvem.
E vi um dos Ventos que soprou sobre a Terra e grande e espantosas coisas serão vistas. O menor, aquele que menos cresceu, derrubará o maior. Ruínas intransponíveis se formarão. Será o grande clamor da multidão? Não, será de alguns. Os seres santos estarão a salvo e a grande mão ceifará. Quem estiver sujo, suje-se mais e quem estiver limpo, limpe-se mais. O homem criou estas coisas que virão e Deus não impedirá. Tremendus terrificus para uns e Tremendus fascinans para outros que ao adentrarem  em si mesmos encontrarão o que acumularam por toda a senda. Este é o juízo final para alguns e compreenderão por fim o significado de VITRIOL ("Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem") para regozijo ou desgraça. Você é quem escolhe agora.
Mas fiquem bem.
Quem se lembra da melodia Canção dos remadores do Lago Biwa no Japão? http://www.youtube.com/watch?v=sn2R7-1sM_0


Há tantos caminhos criados pelo homem para sua própria perdição que tudo o que fizerem será vão, embora aos seus olhos pareça bom. Quem quiser cumprir a Lei e não ver nada além disto, que a cumpra integralmente, com seus ônus e bônus ou liberte-se.
Mas Deus tem visto suas obras e tem achado boas, mas o Cordeiro, na rude cruz, deu outra opção. O problema é interpretar. E nenhum sofrimento é alegria para Deus --- Palavras Dele ---, para isto serviu o Madeiro.

Interpretem como quiserem.

ELIas, 14 de maio de 2013

quarta-feira, 8 de maio de 2013

As prioridades e o tempo – Final


As prioridades e o tempo – Final
Contei um pouco mais sobre o que fui, agora, encerro.
Como canta Oswaldo Montenegro em Metade: “Que minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade também”.
Explano o que sou em cada metade:
Uma delas é a exposta que as pessoas podem ver, e é o amor universal, o amor ágape. A outra metade é escondida e só é exposta quando encontra metade igual, e somente foi por duas vezes e por breves períodos. Esta é reservada e é aquilo que chamam de amor entre homem e mulher. Se eu a recolhi não foi por mero acaso, fui induzido a isto e lá permanece na obscuridade até que alguém venha a merecer. O fato de estar velada não implica em morte da mesma, significa estar guardada protegida, porque como narrei nas outras duas postagens, “amor” vazio não me interessa, e tudo o que é amor Eros verdadeiro está lá. Sou como uma garrafa de Leyden ou Leiden que está com energia, mas não demonstra até que você crie um curto-circuito.
Chegou o tempo de dizer que guarde seus amores, suas alegrias e suas dores, seus amantes, seus odores e suas flores, as sujeiras de meus aposentos e seus “partos”, destas coisas não quero saber mais. Que fiquem para teu conforto. Não foi um julgamento justo? Não foi dado o direto ao contraditório? Então agora se findou o tempo do recurso, do agravo de instrumento, agora já é transitado em julgado. Estás intempestiva.  Amou-me? Que pena que não soube manter. Não vou aqui narrar nada porque certamente logo vão tegervisar. Afinal eu sou o “culpado” por todos os erros e não reconhecido pelos acertos.
Acho que o céu não é lá muito meu amigo (nessa área), porque quando o sol é filtrado em alguma janela nas nuvens escuras, logo ele envia outra para impedir a passagem do raio luminoso.
Estou velho e feio, não posso voltar a idade física, mas posso ajeitar a feiura. E asilos há muitos por aí, quem sabe não estará lá a outra metade?
E como as pessoas temem o julgamento dos demais, da sociedade mascarada e não procuram a felicidade, por que temer se afinal é sempre entre você e Deus e toda forma de amor é válida. E por favor, há alguns tolos que chamam sexo de amor.
O que me entristece, é possível entristecer a própria tristeza em pessoa? Supondo que sim, então, o que me entristece mais, eu disse mais, são as pessoas me compararem com as demais que vivem neste lamaçal, e por outro lado eu não ter dado à elas motivo para isto. É claro que é normal jogar tudo dentro do mesmo chiqueiro, não culpo ninguém, este é o mundo de hoje. E neste campo os cafajestes se dão muito bem. Mas não há como concorrer com a Fórmula 1 andando. Eles, os cafajestes, andam com aqueles veículos e eu com sapatos apertados. Mas alegra-me saber que não fui um “santo” que pregou uma coisa e fez outra, a mesma que para o povão condena. E também não fui um cafajeste e que conta  aos quatro ventos suas aventuras como conta quem recebe um grande prêmio de glória, uma medalha nobre, um título das mãos da Rainha Elizabeth.
No juízo final estou tranquilo. O que Ele disse faça eu fiz, mas fiz também algumas coisas que Ele disse não faça. Mas foram coisas menores, porque hoje eu posso olhar para meu passado e só ter uma coisa para me arrepender: uma doação de sangue que não quis fazer, mas fiz muitas outras depois.
Se mostro algo que tenho ou que faço, faz parte de meus negócios e marketing muito mais profissional que pessoal.
Por favor, nunca me comparem com ninguém, sou único, como todos somos únicos. Tenho meus defeitos e não sou santo, mas também não sou hipócrita. Se não sabe, pergunte. Se quiser ver, observe, se quiser ouvir, fale. Cuidado com as comadres.
Termino com um parabéns, você conseguiu, e, por favor, transmita a Dra. também meus parabéns, não ousaria dizer pessoalmente, não ainda.
“Eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei pra aqui chegar, eu vou para longe.” Lá para os lados onde o mundo se acaba.
Eu Vim de Longe
Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe  ...
Palavras minhas que não constam na música: O que eu andei para chegar aqui e agora isto é um empecilho.
Vou ver a Cachoeira da Onça, em polis que um dia tudo, o rio inundou, ver as velhas praças, grandes e velhas árvores, em um canto calmo em uma zona da mata.

ELIas, 7 de maio de 2013, “simbora” deixar estas palavras para Belém e escrever pelo menos parte de um capítulo sobre Cactos e Suculentas.