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domingo, 27 de maio de 2012

A flor que não morreu

A flor que não morreu.

As luzes já estão todas acesas, os carros passam.
Que dor lacerante, que prazer apavorante.
Tinha que ser  Angus, porque o velho Nelore
Já abandonado e perdido,
 fora enviado ao abate.
Velho, corroído e com pelos eriçados, tinha que ser esquecido, deixado de lado.
A dor no corpo, até o estômago, nada é, diante do prazer que na mente tem.
Tem que ser Angus, porque é diferente,
Porque tudo é novo
E tem que atingir, ainda que inconsciente,
bem lá no fundo, o touro morrente.
Eu sou diferente, livre e independente.
Que prazer aqui, a dor que pulsa ali, que molha ao lembrar o que vivi.
O que sempre quis, e sempre desejei.
A Josefina fraca e fina, agora é tipo Milano,
Preenche todos os espaços, que doa, mas é dor de prazer,
Sempre pronto e imponente,
Sempre pronto e presente.
Minha mão o faz ainda mais crescente,
Quando não, meus fluidos atraentes.
A sede e desespero por momentos como estes fazem na minha mente
Cruzar caminhos diferentes,
o início da vida enfim,
Até quem sabe, o fim.
Olhando agora e sentindo ainda o cheiro daquele mofo,
O filme que arrepia e incrementa o que na verdade foi sempre foi desejado.
Sentados bem próximos, na casa do bom palhaço, vamos adiante
distante daquele que neste momento faço-o mau amante.
O sabor é bom, é Angus.
Merecia no mínimo algodão egípcio, não panos puídos e lacerados, isto pelo que eu sei, se é verdade? Talvez.
Houve choro de dor, já que a graxa que facilita a entrada da tampa
Jaz em gosto especial na papila e que minha feição
Com grande alegria estampa.
Que bom agora, saber do bem feito,
Deixar o defeito,
Ver este seu jeito,
Deitar no seu peito,
Sentir no seu leito
Todo meu desejo refeito,
E sentir em mim milhões de partes de ti.
Ficar só olhando e pensando
Que satisfação...
Sai do meu mundo
E cai pelo mundo.
Sem eira nem beira
Todos os dias e feiras.
Jogar-me profundamente
Inconseqüentemente
Sentir novamente,
Agora sou gente.
Não sou diferente
E espero até que enfim
A morte por fim
Por nisto tudo um fim.
E o mau palhaço se fora embora de mim.
Que alegria viver isto
Todos os dias, porque foi para isto que vim.
E  assim caminhando
para o mal palhaço olhando
E mesmo vendo-o chorando
Sorrindo  e contente
Sei que vou em frente...
Estou amando.
Estou investindo
no que estou sentindo.
E ter com quem levar adiante
Todos os sonhos e desejos
Que com o mal palhaço nunca permiti
Que fossem avante.
Que mente na mente.


ELIas, em um qualquer momento.

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